06/07/2023 - O Poder Legislativo celebrou os 40 anos de trabalho e evangelização dos Freis Capuchinhos em Mato Grosso e Rondônia, com a entrega de moção de aplausos e congratulações a CUSTÓDIA SÃO FRANCISCO DE ASSIS – BRASIL OESTE. O ato ocorreu durante a 22ª Sessão Ordinária, realizado na terça-feira, 4 de julho, no Plenário da Câmara Municipal. A homenagem proposta através da Moção nº 15/2023, de autoria do vereador Ademir Anibale (MDB), concedeu o título aos Freis Capuchinhos, em gratidão a presença missionária dos religiosos na comunidade tangaraense, ao longo dos 40 anos de atuação da Custódia São Francisco de Assis em Mato Grosso e Rondônia. O certificado foi concedido ao Pároco Frei Eliseu Menegat, que na ocasião representou os Capuchinhos. “Somos gratos pela a atuação religiosa dos Freis Capuchinhos, tão presentes aonde a vida clama, e estão comprometidos há 40 anos com a nossa comunidade, para construir uma sociedade mais justa e fraterna. Dedicaram-se ao trabalho pastoral paroquial junto a um povo migrante vindo de todo Brasil, com o cuidado de agir em comunhão com os Bispos da região Centro-Oeste, e em Tangará da Serra deram início a frente Missionária nos Estados de Mato Grosso e Rondônia, ação que completa esse ano, quarenta anos de caminhada pela comunhão e a paz”. Atualmente, a Custódia São Francisco de Assis conta com 46 religiosos. O Poder Legislativo de Tangará da Serra estabelece no Regimento Interno da Casa, a concessão de títulos e honrarias a pessoas e instituições que desempenham ações em prol do crescimento, proteção, defesa e desenvolvimento da cidade. HISTÓRICO Frei Constantino Deon, Natalino Vian e frei Eliseu Menegat, durante a celebração natalina, assumiram a administração da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida em Tangará da Serra-MT, substituindo os Padres Combonianos. Encontraram uma paróquia bem organizada, onde os leigos participam em tudo, bem melhor do que o Sul! As maiores dificuldades não são as péssimas condições das estradas e nem as distâncias, mas a ganância dos grandes proprietários de terras (às vezes, mal adquiridas) que deixam grande parte da população privada do acesso à terra, numa região de grandes extensões fundiárias. Não obstante as dificuldades intuídas, as primeiras impressões dos pioneiros foram de entusiasmo: "Aqui é um luxo. Pessoal bem disposto e bem organizado. Grupos de Família, aqui denominados de "Boa Nova", estão bem adiantados. Reúnem-se todas as semanas e, mensalmente, fazem uma assembléia. Cada grupo responde às perguntas que, depois, são discutidas na assembléia. É jóia. Eles falam mesmo! Igualmente é boa a participação na comunidade. Na celebração de 31.12.1983 (Fim de Ano), uma multidão de 1.500 pessoas participa da celebração! As irmãs (religiosas) aqui são excelentes. Ajudam em tudo. Nesses dias, passaram por aqui as irmãs de Brasnorte. Lá não tem padre e é bastante perto" (410 Km !). Num Relatório de julho de 1984, o entusiasmo já havia diminuído um pouco; nele os missionários relatam: "Por aqui estamos indo num ritmo bastante lento, na solução de múltiplos problemas encontrados nesta Paróquia de Nossa Senhora Aparecida. Podemos dizer que é um povo em trânsito. Em seis meses, nesta cidade, segundo os moradores mais antigos, houve mudança muito grande. Até o fim do ano, prevê-se que mais de 500 famílias sairão de Tangará; a maioria rumo à Rondônia. O maior culpado de tudo isso continua sendo o capim. Os grandes fazendeiros de São Paulo, de Goiás e do Mato Grosso (do Sul) estão comprando tudo. Agora, estão sendo instaladas três usinas de álcool, que deverão desalojar pequenos proprietários rurais, pequenos agricultores e aumentar o número de "bóias frias... Os rolos continuam em questão de terras: antes, a "grilagem" expulsava os pequenos posseiros; agora, a grilagem está a nível de fazendeiros. Comprar terras no Mato Grosso exige grande cuidado. Em segredo circulam histórias de "enroladas" em que figuram jagunços, pistoleiros e corpos enterrados!" O povo, que está no sítio, quer ir para a cidade, pois a agricultura não compensa. A falta de estradas impede a comercialização e o acesso à escola e ao hospital... O romantismo inicial cedeu lugar ao realismo sofrido. Foram conhecendo a realidade social difícil e excludente: os pequenos precisam migrar novamente à procura de terras, sozinhos e desamparados, e enfrentar os grileiros e pistoleiros, pagos para matar!... As inúmeras histórias de matanças e de enterros clandestinos na floresta não são frutos de fantasia exaltada. Somente Deus deve conhecer o peso de sofrimento havido nesta Terras novas do Oeste do Brasil! Mas os Missionários não desanimam. Dão continuidade ao trabalho dos Padres Combonianos na Catequese, na assistência às CEBs e iniciam a formação de núcleos de vida e de reflexão na cidade. Rezam para que o Capítulo Provincial assuma a Frente Missionária como prioridade provincial (agosto de 1984). Como outras, também a cidade de Tangará da Serra-MT, cresceu cercada de bairros pobres - "coroa de espinhos cercando a cidade", diria Paulo VI - e cresceram as comunidades. Cresceram as comunidades urbanas e diminuíram e se despovoaram as do interior do município. A Paróquia e as atividades foram crescendo ao preço de suor e de lágrimas; e, hoje, ela tem comunidades urbanas e comunidades e glebas no interior e uma infra-estrutura que procura acompanhar o crescimento dos bairros da cidade e o despovoamento gradativo do interior. Cada bairro tem sua igreja ou salão para eventos religiosos e sociais. As comunidades atendidas, somadas as do interior e da cidade, atingem um número superior a 80. O trabalho persistente, especialmente de Frei Costantino Deon, criou urna estrutura física e financeira que dá garantia de sustentação às principais necessidades de ordem pastoral e social. Construiu um monumental Salão para eventos culturais e sociais e um bem aparelhado Centro para a administração e para a catequese. A igreja paroquial, pequena para as celebrações dominicais, foi ampliada e cercada de uma monumental praça pública. Em 07/04/1991, iniciou o funcionamento de uma Casa de Formação para alunos de 1º e 2° grau com o nome de Santa Teresinha do Menino Jesus. Era preciso providenciar espaço para vocações nativas; pois, uma Ordem religiosa não se implanta somente com vocações missionárias vinda de fora Nascia à primeira Casa de Formação da Frente Missionária.
|